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Foto do escritorMargarida Lindo

Alerta da ANSES sobre Ácido Glioxílico

Na quarta-feira, 16 de outubro, a Agência Francesa de Segurança e Saúde Alimentar, Ambiental e do Trabalho (ANSES) emitiu um aviso sobre os riscos associados aos produtos de alisamento capilar que contêm ácido glioxílico.


Desde o início do ano, a ANSES recebeu quatro notificações de insuficiência renal aguda na sequência da aplicação destes produtos. Como medida de precaução, a ANSES, a DGCCRF e a DGS estão a informar os profissionais dos salões de cabeleireiro e das lojas de produtos cosméticos, bem como os utilizadores, sobre o potencial risco de insuficiência renal aguda associado à aplicação de produtos de alisamento contendo ácido glioxílico.


O ácido glioxílico é uma substância química utilizada em certos produtos cosméticos pelas suas qualidades de alisamento. Segundo os investigadores, a insuficiência renal aguda estaria ligada à formação de cristais de ácido oxálico nos túbulos renais, cristais esses induzidos pelo ácido absorvido pelo couro cabeludo e pela pele durante o alisamento.


Este ingrediente está registado na base de dados COSING com estas caraterísticas, no entanto, atualmente, o regulamento europeu relativo aos cosméticos não restringe a utilização do ácido glioxílico e o Comité Científico da Segurança dos Consumidores (CCSC) ainda não emitiu um parecer sobre a segurança do ingrediente.


Com o objetivo de chamar a atenção para um risco para a saúde que pode ser subestimado por ser pouco conhecido, a Academia Francesa de Medicina:


- Recomenda a divulgação de mensagens de alerta e de informação destinadas aos profissionais de saúde, aos salões de cabeleireiro e às empresas que vendem estes produtos cosméticos à base de ácidos, a fim de os sensibilizar para os riscos de insuficiência renal aguda que se manifestam 24 a 48 horas após a aplicação do produto.

- Salienta a importância de informar os utilizadores sobre os riscos da utilização frequente destes produtos de alisamento e sobre os sinais de uma insuficiência renal aguda, nomeadamente dores abdominais agudas, náuseas e vómitos de início rápido.

- Sublinha igualmente a importância de não efetuar alisamentos ou “peelings” em caso de danos no couro cabeludo ou na pele do rosto, que aumentam a penetração do ácido glioxílico e do ácido glicólico.

- Recomenda, tendo em conta os primeiros alertas publicados, que se desenvolva a cosmetovigilância para avaliar a frequência dos riscos ligados à utilização de produtos à base de ácidos glioxílico e glicólico e para estabelecer um perfil dos pacientes de maior risco.


Então, está a vender alisamentos de cabelo? Eis o nosso conselho!


  • Certifique-se de que o seu produto tem uma avaliação de segurança correta, garantindo que é seguro quando utilizado de forma normal e razoavelmente previsível.

  • Escolha o ácido glioxílico certo e utilize-o corretamente:

    - A concentração não deve exceder 15 % no produto final;

    - Certificar-se de que o fornecedor está a controlar o limite de Glioxal na matéria-prima.

    De acordo com o Regulamento (CE) n.º 1223/2009, de 30 de novembro de 2009, e com o Regulamento (UE) n.º 344/2013 da Comissão, de 4 de abril de 2013, que altera os anexos II, III, V e VI do Regulamento (CE) n.º 1223/2009, o glioxal está incluído na lista de substâncias (anexo III) que os produtos cosméticos não devem conter, exceto se estiverem sujeitos às restrições estabelecidas:

    - Concentração máxima numa preparação pronta a usar: 100 mg/kg.

  • Utilizar as precauções de utilização corretas na rotulagem, informando o consumidor sobre os riscos do produto. Também é necessário informar os profissionais sobre como aplicar corretamente o produto: fazer o teste da madeixa antes de aplicar todo o produto. Aplicar o produto a 1 cm da raiz, não aplicar se o couro cabeludo estiver irritado.

  • O consumidor deve ser informado de que o procedimento não deve ser efectuado com demasiada frequência e que deve esperar pelo menos 3 meses antes de o voltar a fazer.

  • Deve ser dada uma formação correta aos profissionais, de modo a utilizarem o produto de forma correta e segura.

  • A cosmetovigilância para avaliar a frequência dos riscos associados à utilização dos produtos deve ser efetuada pela pessoa responsável.





Vamos conversar sobre isso!

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